Reconheço que não são
conhecidos com esse nome porque assumiram a forma humana e se fazem chamar
pelos nomes mais comuns, conforme o lugar em que estão. Eles, hoje, são em
número considerável e seu habitat é, praticamente, o mundo. Até hoje vi muito
pouca coisa que coíba suas ações cada vez mais nefastas para os seres que
habitam o nosso planeta. Naqueles países onde há mais controle social, eles têm
mais dificuldade em disseminarem suas infernices, mas, mesmo assim, agem,
embora com menos intensidade.
Os infernautas intensificam
suas ações nos períodos em que as pessoas estão mais predipostas à tolerância,
que, no caso brasileiro, são, principalmente, os dias dedicados às férias, que ocorrem
geralmente no verão, em locais onde as pessoas pretendem descansar sem
preocupações que as afligem durante o ano, como trabalho, escola, pagamento de
prestações, etc.. Durante as outras estações do ano, eles atuam mais
discretamente mas, igualmente, não deixam de agir. Naqueles países onde suas
ações nefastas são mais controladas eles tem mais dificuldade em disseminarem
suas infernices.
O pouco que sei deles é que foram criados por
um poderoso cientista habitante de um planeta muito mais adiantado do que a
nosso com a finalidade de destruir os habitantes de um determinado planeta
inimigo. Eles foram mandados para lá de forma disfarçada e acabaram destruindo
aquela civilização à força de terem enlouquecido os habitantes do planeta. Na
verdade, o método que aplicaram foi de infernizar a vida deles até que os próprios
acabavam se suicidando porque não suportavam mais viverem com a presença deles.
A verdadeira missão deles era, na
verdade, a de “infernizar” a vida daquelas pessoas até conduzi-las à morte por
uma espécie de enlouquecimento induzido. Daí o nome “infernautas”, que lhe foram
aplicados pelos policiais interplanetários encarregados de capturá-los. O
objetivo foi conseguido após alguns anos. O que aconteceu, então, é que, logo
após esse fato, o criador deles perdeu o controle sobre eles por uma falha do
sistema e eles abandonaram aquele planeta e se dispersaram, sem qualquer
controle, por toda nossa galáxia. Alguns deles vieram parar na Terra e, aqui,
devido a terem encontrado boas condições acabaram se multiplicando em grande proporção. O risco é maior porque
eles têm uma grande capacidade de reprodução, isto é, a cada ano aumenta seu
número e, portanto, cada vez será mais difícil exterminá-los.
Para que possam
identificá-los melhor e saberem que precisam tomar alguma providência senão
podem acabar tendo o mesmo destino da civilização extinta naquele planeta, vou
descrever alguns comportamentos que eles assumem quando estão travestidos de
humanos. Gostam de escutar música bem alta (o maior volume possível de um
aparelho potente) e, de preferência, um som repetitivo e monótono. Às vezes a
letra é praticamente inaudível porque, normalmente, é em língua diferente do
país em que estão infernizando. São capazes de escutarem a mesma música desde
que se levantam até a hora em que caem na cama (literalmente). Ingerem muita
quantidade de bebida alcoólica. Uma de suas diversões prediletas é praticarem
essas “antihumanidades” nos horários de descanso das pessoas normais, como, por
exemplo, ao meio-dia ou pela madrugada quando todos dormem. Quanto maior o
número de humanos que são molestados, maior é o prazer que conseguem alcançar.
O metabolismo deles funciona estimulado pelo mal que forem acumulando durante
“suas infernices”.
Estamos bem na época
em que os “infernautas” costumam intensificar suas ações. Portanto, quando
identificar algum membro dessa espécie, se não conseguir afastar-se dele,
certamente sofrerá graves conseqüências em sua vida normal. Não conheço alguma
providência que seja realmente eficaz para nos livrarmos dos “infernautas”.
Quando algum cientista descobrir alguma fórmula que atinja tal objetivo,
provavelmente haverá ampla divulgação para o bem de toda a humanidade. Por
enquanto, só nos resta esperar...ou rezar (os que acreditam, é claro)!