domingo, 27 de abril de 2014

COLÔNIA JAGUARENSE

Nosso Encontro de Abril

Conforme estava previsto, realizou-se hoje, 27 de abril de 2014, o Encontro da Colônia Jaguarense. Foi o primeiro deste ano e esperamos ter a oportunidade de nos reunirmos outras vezes em 2014. O almoço aconteceu no Restaurante Grelha do Porto e contou com a participação de 42 conterrâneos que mantiveram uma saudável confraternização. O assunto mais frequente, como todos sabem, é Jaguarão e os jaguarenses. Embora o número de presentes fosse relativamente pequeno, desta vez, tivemos a satisfação de ter a presença de pessoas que ainda não haviam participado de nossas reuniões.

Se não esteve presente desta vez, atenda ao convite que receberá para o próximo. Convide um outro conterrâneo.































Veja alguns flagrantes colhidos durante o Encontro.

quinta-feira, 24 de abril de 2014

VINTE CINCO DE ABRIL

(Incompleto) Dedicado a Fernanda e ao Luís (hoje pelo duplo significado da data. Eles sabem porquê) e a todos seus amigos de "além-mar". Pelo que foram e pelo que são hoje: Tânia, Pedro, João, Cris, Nuno, Julie e alguns outros que possa ter esquecido no momento.

A liberdade
tem apenas um nome:
LIBERDADE.
Não precisa - nem merece - apelidos.
Nem subterfúgios
para figurar no vocabulário dos povos.
Quando houver dúvida,
ela não avança.
Quando houver censura,
ela é uma farsa.
Quando houver restrições,
ela não viceja.
Quando houver injustiça,
ela não existe.
Quando não houver liberdade.
ela não é.


quarta-feira, 16 de abril de 2014

COLÔNIA JAGUARENSE

Primeira reunião de 2014

 Neste mês estará ocorrendo a primeira reunião de 2014 da Colônia Jaguarense em Porto Alegre. Nesta data, estivemos reunidos, tendo sido deliberado que será realizado almoço de confraternização no mesmo local em que ocorreram os encontros do ano passado. Considere-se que o conhecido Restaurante Grelha do Porto tem atendido às exigências dos conterrâneos. Está bem localizado, com fácil acesso e, ainda, há o acréscimo de ter um estacionamento sem custo para os usuários.

 Voltamos a enfatizar a necessidade de que as pessoas que tiverem acesso aos convites (por meio eletrônico ou por telefone) de divulgarem o evento entre seus conhecidos e familiares para propiciar o comparecimento de um maior número de conterrâneos. A chamada "Comissão Organizadora" dos encontros é composta de, apenas, quatro pessoas e, embora com esforço, não consegue abranger o universo de todos os jaguarenses moradores da Grande Porto Alegre. O comparecimento, no ano passado, atingiu uma média provável de 60 pessoas, embora saibamos que o número de interessados é maior mas, infelizmente, alguns não têm tido conhecimento de nossos encontros.

 Até dia 27, domingo. Aguardamos vocês para mais um fraterno encontro dos jaguarenses!

Data:   27 de abril de 2014
Hora:   a partir das 11h
Local:  Restaurante Grelha do Porto
            Av. José de Alencar, 1057 - Menino Deus (Defronte ao antigo Supermercado Castelão)
Preço:  R$28,00 por pessoa (não incluido qualquer tipo de bebida)

Confirmações: Ana Maria (9683.8018 ou 8414.7340) - Geraldo (9668.7852) - José Alberto de Souza (3233.4799) - Wenceslau (9984.7379 ou 3221.2851)
                       

quarta-feira, 9 de abril de 2014

'SEM COMENTÁRIOS'

Ato Institucional n. 1

 A princípio pensei que apenas transcreveria o texto do malfadado ato, deixando que que cada leitor pudesse tirar suas conclusões conforme sua visão de mundo, a partir da leitura do documento emitido pelos militares que detinham o poder, em 9 de abril de 1964, há exatos cinquenta anos, portanto.

 O mencionado "diploma legal" foi o início de todas outras tentativas de legalizar o golpe que havia sido concretizado há poucos dias. Em sua justificativa, afirmava: "A revolução vitoriosa se investe no exercício do Poder Constituinte. Este se manifesta pela ELEIÇÃO POPULAR ou pela REVOLUÇÃO" (Os grifos são meus). Só que partiu de uma falsa premissa qual seja a de que teria havido uma revolução no País.  Na verdade, não houve nenhuma revolução, sociologicamente falando. Ainda hoje há controvérsias em relação até mesmo ao movimento de 30, com a tomada do poder por Getúlio Vargas. Para que isso tivesse ocorrido, seria necessário que as estruturas que compunham a sociedade de então, houvessem sofrido uma mudança, o que não aconteceu. Elas permanecem as mesmas até hoje.  Nem mesmo um governo dito popular, eleito, democraticamente, por maioria absoluta como o que hoje lidera a administração pública, conseguiu modificá-las. Infelizmente!

 Não tivemos condições, até hoje, de executar as reformas de base que o Brasil necessita para sair da condição de país rico, mas de povo pobre. Os mesmos grupos que continuam mantendo sua supremacia em nível internacional (Parte deles contribuiu para o golpe), mesmo após mais um fracasso do sistema capitalista, continua ditando regras e o mundo todo continua impotente para enfrentá-lo. O que acontece, em pequena escala, são nichos incipientes que se debatem mas pouco conseguem ante um poderio econômico-financeiro que impõe as regras que são apenas de seu interesse. É só dar uma olhada no noticiário político internacional, com visão crítica, para nos darmos conta da luta desesperada que encetam determinados segmentos para livrarem-se do jugo dos poderosos. Para manter o status quo, milhões de vidas são sacrificadas todos os anos. Os focos de pequenas guerras no cenário mundial são mantidos e incentivados não só para estimular a indústria bélica de países opressores como, também, para que alguns destes continuem exercendo sua hegemonia em territórios geralmente atrativos em termos econômicos ou possuidores de riquezas potencialmente exploráveis.

 Voltando ao Ato Institucional n. 1, de 9 de abril de 1964, destaco algumas disposições para os que ainda desconhecem o texto:

 "Ficam suspensas, por 6 (seis)  meses, as garantias constitucionais ou legais de vitaliciedade e estabilidade" (Art. 7.)

 "O controle jurisdicional desses atos limitar-se-á ao exame de formalidades extrínsecas, vedada a apreciação dos fatos que o motivaram, bem como da sua conveniência ou oportunidade" (Art. 7, parágrafo 4.)

 "No interesse da paz e da honra nacional, e sem as limitações previstas na Constituição, os Comandantes-em-Chefe, que editam o presente Ato, poderão suspender os direitos políticos pelo prazo de 10 (dez) anos e cassar mandatos legislativos federais, estaduais e municipais, excluída a apreciação judicial desses atos." (Art. 10).

 Com base no art. 10 dessa excrecência jurídica, já nesta data, iniciou-se uma longa série de cassações, com 102 pessoas privadas de seus direitos políticos, sem qualquer possibilidade de defesa ou manifestação, entre as quais os ex-presidentes Jânio Quadros e João Goulart; o deputado Rubens Paiva (cujo corpo até hoje encontra-se em local desconhecido) e o economista Celso Furtado, para mencionar alguns dentre os mais conhecidos.

 Sem querer, acabei encontrando um título em consonância com a reação que deveria ser tomada na época, já mergulhados no regime do medo, ao tomar-se conhecimento daquele Ato: "sem comentários!"

 

terça-feira, 1 de abril de 2014

ONDE ESTÁVAMOS EM PRIMEIRO DE ABRIL DE 1964?

 Não há nada para comemorar, mas tudo para relembrar. Isto deve, ao menos, ser feito em respeito aos que foram expulsos do País, torturados ou mortos pela repressão. Aos que resistiram em nome da liberdade de todos nós, até mesmo daqueles que concordavam (e concordam) com os desmandos que se praticava.

 O golpe de 64, que condenou o Brasil a uma longa noite de 21 anos, também impediu o surgimento de novas lideranças políticas que poderiam ter sido cultivadas nesse longo período de imposição de silêncios e de vozes apenas murmuradas. Até hoje o Brasil não se recuperou do atraso social e político imposto pela ditadura. As manifestações culturais, se não tivessem a chancela dos poderosos, através de seus sensores, eram simplesmente proibidas. Temos inúmeros exemplos em todos os setores das artes e da literatura.

 De minhas memórias pessoais, tenho lembrança de alguns fatos que marcaram, de forma indelével, minha trajetória inicial aqui na cidade grande. Um deles é o de uma livraria sendo violada (Cabe o termo, eu acho!) em plena luz do dia. Em uma das vias mais centrais da Capital (Andrade Neves), alguns representantes dos donos da verdade jogavam pela janela para o leito da rua as obras que, na sua tacanhez, consideravam perigosas para os cidadãos comuns. Outro fato foi a invasão de uma casa modesta, vizinha a minha no bairro Glória, pelos brigadianos do antigo GOE. Naquela época, eles portavam capacetes vermelhos e espalhavam terror quando eram chamados para conter manifestações estudantis que ocorriam, geralmente, no campus central da UFRGS. Lembro, também, de uma insinuação autoritária emitida por um representante de uma multinacional do ramo de máquinas quando exercia um cargo público no qual iria, mais tarde, aposentar-me. Ao "flagrar-me" tecendo uma crítica à ação das malfadadas multinacionais que pululavam pelo País, ele me encarou de maneira autoritária, dizendo-me: "Cuidado que podes perder o teu emprego"...Isso que ele não era o "guarda da esquina" e não vestia nenhum tipo de farda!

 Na noite de primeiro de abril de 1964, ainda em Jaguarão, eu estava entrando em aula quando fui alertado por um colega de trabalho que nosso chefe (Agrônomo Regional de Jaguarão naquela época, hoje falecido) havia sido preso e encontrava-se detido na Enfermaria, transformada em local de interrogatórios de "subversivos", sob a coordenação do temido DOPS (famoso por seus métodos de tortura). A acusação era a de que ele se relacionava com um orizicultor que seria comunista. Aquela pessoa, realmente, costumava visitar-nos no escritório e dele, muitas vezes, ouvi afirmativas nacionalistas em longas análises políticas e econômicas que costumava fazer entre a fumaceira de um cigarro e outro. Após um rápido raciocínio e, por medida preventiva, saí do colégio e corri ao meu local de trabalho em busca de algum livro que pudesse despertar a ira dos inquisidores de plantão na cidade. De fato, entre os meus preferidos que lá estavam, encontrava-se uma importante obra de um conhecido autor nacionalista - Gondin da Fonseca - que alertava para os interesses econômicos estrangeiros que rondavam nosso País. Hoje, aquele livro, já esgotado, não se encontra na minha modesta biblioteca, infelizmente. Não lembro o que fiz dele. Certamente não teve o mesmo fim que dei a algumas revistas chinesas em Esperanto (El Popola  Cinio) cuja assinatura vinha através da Itália por motivos óbvios.

 O golpe de 64, portanto, encontrou-me, no vigor dos meus dezenove anos, atuando em várias entidades em Jaguarão: Círculo Operário, Aeroclube, Interact, entre outras. Na área estudantil, se não me falha a memória, ocupava o cargo de Secretário do Ensino Comercial na União Jaguarense dos Estudantes Secundaristas na qual, mais tarde, ocuparia a presidência.

 Em Porto Alegre, aonde cheguei em dezembro de 1965, a minha atividade cultural foi dirigida ao cineclubismo, no qual fiz parte das Diretorias do Cineclube Pro Deo, da Federação Gaúcha e do Conselho Nacional. Naqueles anos, tínhamos dificuldade em exibir alguns filmes considerados "subversivos". Às vezes, as sessões começavam sem que se soubesse se seriam interrompidas ou não.

 Inicialmente, na minha vida profissional era comum a realização de trabalhos à noite. Como a sede da Sudesul estava localizada na Rua da Praia muitas vezes éramos envolvidos em alguma correria com a Polícia querendo experimentar a resistência da madeira contra a carne humana.

 O movimento liderado por militares contou com o apoio de lideranças políticas civis reconhecidas por suas posições direitistas. A Igreja e a mídia foram, também, esteio importante para os golpistas. A imprensa, naquele período, nem mencionava - como hoje faz - a palavra "golpe" quanto mais insinuar qualquer coisa que desabonasse os generais de então. Acrescente-se a isso o apoio institucional dos Estados Unidos que, aliás, tem larga experiência em golpes, graças a sua participação nos que ocorreram não só na América Latina como em tantos outros países.

 Mesmo depois do sacrifício de pessoas que perderam suas próprias vidas para que o País fosse melhor para todos, as reformas de base tão necessárias não se concretizaram. Só elas poderão conduzir o Brasil ao completo desenvolvimento. São condição indispensável para atingirmos a igualdade própria de um País plenamente democrático. Em alguns aspectos, talvez estejamos na Idade Média. Na distribuição de renda, por exemplo, ainda somos medievais: um dia do maior salário (Ministro do STF) equivale a 60 dias do menor salário (operário sem qualificação). Isto sem apontar outras vantagens que estes não têm. Não há como justificar tamanha desigualdade.

 Se somos um país pobre, todos devem pagar por isso; se somos um país rico, todos temos direito de beneficiarmo-nos dessa riqueza. Sem diferenças amazônicas.