terça-feira, 11 de março de 2014

JORNALISTA É BEM REMUNERADO?

 A pergunta me ocorre a propósito de um fato que venho observando na mídia local. Embora as lideranças dessa categoria venham realizando campanha salarial, não vi, até hoje, nenhuma menção ao assunto em qualquer um de nossos dinâmicos veículos de comunicação, quer sejam da imprensa falada, escrita ou televisionada. Bem, em nenhum estou exagerando: vi uma "microentrevista" sobre o tema no canal de televisão estatal, no final do ano passado, com um membro do Sindicato dos Jornalistas, cujo nome e cargo não guardei na memória. Assisti, também, a uma pequena passeata , em um domingo no brique da Redenção, pareceu-me que, na sua maioria, constituída de estudantes universitários de jornalismo. Eles distribuíam panfletos e portavam uma faixa com os dizeres "Sem jornalista não tem notícia" (sic).

 Pensei que tomaria conhecimento de alguma menção em jornal, rádio ou tv, sobre o temário ou conclusões de um recente "congresso estadual de jornalismo", do qual tive ciência através de uma nota de apenas nove "magras linhas" em um diário da Capital. Segundo aquela notícia o evento deve ter ocorrido nos dias sete e oito deste mês, nas dependências da Câmara de Vereadores.

 De uma maneira geral quando uma categoria se sente prejudicada a primeira providência é divulgar suas reivindicações, dentro do possível, através dos meios de comunicação. Não vi isso ocorrer em relação às demandas dos jornalistas/radialistas (Se é que existem, é óbvio!). É lógico pressupor, portanto, que esses profissionais - na sua ampla maioria, ao menos - devem ser muito bem remunerados e suas condições de trabalho também devem ser excelentes que dispensam qualquer tipo de reivindicação. Ou, ainda, que não concordam em nada do que pensam seus representantes legais. E concluo isso porque não passa pela minha cabeça que eles possam praticar auto-censura ou que sejam impedidos de manifestarem-se sobre o assunto pelos empresários do setor.

 Não é demais acrescentar, também, que a grande maioria (ou todos?) dos âncoras, que ouço em programas diários que sintonizo, sempre ressaltam o caráter incontestável de liberdade de expressão seguido por toda a mídia do Estado, assim como pela imprensa nacional.

 Não sei qual é a posição daqueles poucos que me acompanham neste espaço, mas eu tenho, no mínimo, curiosidade para saber qual é o "tabu" (se existir) que envolveria o caso de um grupo de profissionais da imprensa expressando seu "sagrado direito" de manifestação em um País onde se pratica a plena liberdade de imprensa, tão apregoada nas democracias!

Um comentário:

  1. É isso mesmo: a grande imprensa brasileira reconhece, aos seus colaboradores, a mais ampla liberdade de irem se expressar em outros órgãos, que não os dela...

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