quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

A N D A N Ç A S - 2

 (Lisboa)
 Em Portugal em plena crise, assim como em outros paises da Europa, discute-se à exaustão causas e consequências das medidas que estão sendo tomadas e as que serão postas em prática por alguns anos segundo as previsões de entendidos e "opinantes". Muitas das queixas são nossas velhas conhecidas: os causadores do problema (O capital financeiro, principalmente) sairão por cima enquanto as "vítimas" de sempre (e em qualquer País) - o povo - é que, irá, mais uma vez, ser prejudicado. Os movimentos organizados têm reagido com paralisações pontuais que não chegam a causar muito problema, a não ser os costumeiros prejuízos financeiros das empresas atingidas.

 Na questão da União Européia, uma das medidas mais lembradas tem sido o desmantelamento da principal atividade econômica ("económica" se diz aqui) de Portugal - a indústria pesqueira - que teve sua frota quase totalmente desativada. E estamos falando da maior frota da Europa na especialidade. Este ano, os portugueses obtiveram um aumento de 4% nas suas quotas de pesca de bacalhau.  Lembra-se, também, que, "na altura" (Expressão portuguesa) os agricultores receberam subsídios para "não produzirem". Nós,  simples mortais, não conseguimos entender como um País sobrevive sem sua principal atividade econômica se não houver, antecipadamente, uma nova atividade planejada que a substitua.

 A voz corrente é que, agora, quem decide tudo por aqui é a "Troika" (Referência ao FMI, a União Européia e o Banco Central Europeu). A maioria das condições impostas vem em prejuizo principalmente da população de baixo poder aquisitivo. Entre essas providências, estão aumento de impostos (Algumas aliquotas do IVA pularam de 13% para 23%), o corte do 13º e 14º salários e a demissão gradativa de, no mínimo, 30.000 funcionários públicos. Para não fugir à regra, os professores foram aconselhados pelo Primeiro Ministro a emigrarem para países de língua portuguesa. Os professores gaúchos já ouviram de tudo, em matéria de desculpa,  mas, acho, que isso ainda não.

 Há, também, uma reação contra a Alemanha, cuja chanceler vem conduzindo as negociações. A Alemanha que, inicialmente não foi favorável a uma ajuda da Comunidade para os países em crise, teve que voltar atrás provavelmente pela pressão dos bancos alemães que são os principais credores dos endividados europeus.
Mais uma vez a banca consegue impor suas condições.


 A chegada da China, através da compra do controle da principal empresa de energia do País - a EDP - é um fato que deve ter reflexos em toda Europa. Ela vai servir de porta de entrada para os chineses em outros setores nos quais já anunciaram que estão interessados, como, por exemplo, bancos e turismo.  Não esqueçamos que a nossa Eletrobrás também era uma das pretendentes no negócio junto com a Alemanha. A China, com previsão de crescimento de mais de 8% em 2012 precisa buscar onde aplicar seu capital. Aliás, ela já está presente no Brasil no setor petrolífero. Politicamente, alguns analistas políticos extranharam que um País agora conduzido por um governo de direita tenha se entendido tão bem com os comunistas chineses. Parece, que em "matéria de livre mercado" (?) ainda temos muita coisa para ver!

Nenhum comentário:

Postar um comentário