sábado, 28 de janeiro de 2012

OS JAGUARENSES E A POESIA

 Há algum tempo venho mantendo uma ideia de organizar uma coletânea que reúna uma amostra da poesia publicada na imprensa de Jaguarão, durante um determinado espaço de tempo. Sei que uma das boas fontes existentes é a hemeroteca do Instituto Histórico de Jaguarão, que tem um rico acervo de jornais antigos, onde muitos jaguarenses publicaram trabalhos.

 Com minha adesão a este tipo de comunicação (blogue), achei que poderia antecipar aqui alguma coisa, independentemente de concretizar ou não aquele sonho. Estou começando, hoje, portanto, com material que encontrei na obra "Sonetos Gaúchos - Sonetária", organizado e anotado por nosso conterrâneo -Falecido em Porto Alegre há pouco tempo - Pedro L. Villas-Boas em parceria com Luiz Alberto Garcia do Prado (edição de 1989). Essa obra nos apresenta uma boa amostra dos autores gaúchos que se dedicaram ao soneto. Entre estes, vinte são jaguarenses. Confesso que, de alguns deles, nunca havia tomado conhecimento nem por citação.

    A Imprensa e a Música                                  

     Aurélio de Bitencourt

Das fímbrias do Oriente, em gazes envolvida,
Um dia alevantou-se a Deusa alabastrina!...
Na fronte lhe esplendia - aurora diamantina -
A luz que o mundo alaga - o sol da Nova Vida!...

   Imóvel...da amplidão no éter soerguida
   ela fita o Universo!...a plaga bizantina -
   Dos romanos o mundo...A terra colombina...
   Desdobravam-se a seus pés, na sempiterna lida!

Em nítida Vinheta, em tipos luminosos,
O esforço, o gênio, a arte e os fastos gloriosos
num livro imprime a Deusa - ela que tudo sabe!

   Mas de repente pára...e trêmula, escutando
   uma harmonia vaga...uns sons que vão chegando,
   Cerra o livro...No livro, Música não cabe!

Aurélio Viríssimo de Bitencourt - Jaguarão, 1849-1919
Bibliografia: dispersa (poética).

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