domingo, 11 de setembro de 2011

OUTRO ONZE DE SETEMBRO

 Mesmo que a mídia brasileira e internacional não lhe dêem a mesma importância, houve um outro onze de setembro. E não ocorreram mortes - também lamentáveis - em um único dia. Nem, tampouco, foram maquinadas por fundamentalistas islâmicos fanáticos. Neste caso, as atrocidades foram cometidas, durante dezessete anos, por "militares e civis cristãos", que conseguiram instituir a mais sangrenta e brutal das  ditaduras entre as que então ocorriam na América Latina. Em onze de setembro de 1973 alguns generais golpistas chilenos derrubaram pela força, o primeiro presidente socialista eleito diretamente pelo povo - Salvador Allende, levando-o a morte.

 Este mesmo povo que, hoje, chorava a morte de seus entes queridos que pereceram no atentado das torres gêmeas, escolheu para dirigi-lo pessoas que decidiram apoiar (de várias formas) regimes nos quais se utilizou a supressão das liberdades individuais, a prisão ilegal, o banimento, a tortura cruel e até a morte como forma de manter a submissão dos povos em benefício de um pequeno grupo. Isto aconteceu em Países como a Argentina, o Uruguay e o próprio Brasil.

 A mesma data - onze de setembro - separada por duas décadas deveria nos levar a meditar sobre a  importância da escolha daqueles a quem queremos que nos represente, assim como a responsabilidade daquelas decisões tomadas em nosso nome por aqueles que elegemos. Até que ponto o povo dos Estados Unidos tem consciência de que as decisões dos seus dirigentes interferem sobre a vida e a morte de milhões de pessoas quando seus governos se autoproclamam  juízes do mundo, acima do bem e do mal? Estarão, realmente, esses dirigentes, decidindo com aprovação de seus eleitores?  Se a resposta for negativa, cabe questionar por que permitem que seus filhos percam suas vidas em nome de algo em que não acreditam. E se a resposta for positiva? Bem...então, realmente, é tudo muito pior do que pensamos. Não posso evitar de lembrar a indignação do nosso Castro Alves, frente à ignomínia da escravidão: "E existe um povo que a bandeira empresta..." 

2 comentários:

  1. Relembremos a invasão do Iraque, justificada pela mentira do uso da energia nuclear para fins bélicos...

    ResponderExcluir
  2. Muito bem Lembrado Wenceslau. E são poucas as pessoas que relembram esse fatídico dia de 1973 em que os EUA colaboraram decisivamente com esse tremendo ato terrorista contra a Democracia na América Latina. A grande mídia brasileira infelizmente só dá importância ao que afetou o império.

    ResponderExcluir